Analfabetismo no campo
No Brasil o analfabetismo ainda atinge milhares de pessoas que não tiveram acesso á educação, essa problemática atinge tanto a população urbana quanto a rural. Mas no campo a taxa do analfabetismo é maior que na cidade, e isso decorre principalmente das desigualdades sociais que impera no país, pois a elite que está no poder tem consciência de que uma população que não sabe ler nem escrever se mantêm mais passiva a dominação e exploração por parte da burguesia.
O Estado Brasileiro, dominado pela burguesia, nunca se preocupou em saldar essa dívida social gravíssima. A elite sabe que a ignorância é aliada da submissão e favorece a exploração e dominação das consciências. Para se conquistar uma sociedade soberana, é preciso desenvolver a cultura e elevar o nível de consciência dos homens e mulheres, sujeitos de uma nova história (MST).
A classe dominante vem marginalizando e excluindo os campesinos do direito á educação por que enquanto os sujeitos caminham na escuridão do incógnito são facilmente manipulados pelas artimanhas do Burguês, e assim se mantem oprimido e submisso para seguir obedecendo aos seus exploradores.
O analfabetismo mantém tanto á população do campo quanto á população da cidade submissas aos anseios da elite dominante mas no campo isso ocorre com mais intensidade. Sabemos que campo vêm impregnado de hábitos das cidades, pois desde a década de 70 com o meio técnico –cientifico informacional as tecnologias passaram a invadir o meio rural e com isso muitos campesinos foram expulsos de suas terras ,os poucos que resistiram e permaneceram no campo vivem abandonados pela grande parte da população urbana, mesmo que o campo tenha elementos da cidade não podemos negar que ainda há um pensamento de superioridade entre os povos da cidade com relação aos povos do campo.
[...] de uma democracia que aprofunda as desigualdades, puramente convencional, que fortifica o poder dos poderosos, que assiste de braços cruzados à aviltação e ao destrato dos humildes e que acalenta a impunidade. Não de uma democracia cujo sonho de Estado, dito liberal, é o Estado que maximiza a liberdade dos fortes para acumular capital em face da pobreza e às vezes da miséria das maiorias, mas de uma democracia em que o Estado, recusando posições licenciosas ou autoritárias e respeitando realmente a liberdade dos cidadãos, não abdica de seu papel regulador das relações sociais. Intervém, portanto, democraticamente, enquanto responsável pelo desenvolvimento da solidariedade social.Precisamos de uma democracia que, fiel à natureza humana que tanto nos fez capazes de eticizar o mundo quanto de transgredir a ética, estabeleça limites à capacidade de malquerer de homens e mulheres. (FREIRE, 2000, p. 48)
Assim que o analfabetismo ataca o campo com maior ferocidade porque erroneamente se fez acreditar que os povos dos campos não necessitaria de aprender a ler nem a escrever, porque para a elite dominante os sujeitos dos campos unicamente serviam para trabalhar nos serviços mais pesados e com esse pensamento excludente foram sendo explorados e humilhados desde a colonização do Brasil. Por isso surgem a obrigação de que faça uma educação do e no campo para que esses sujeitos possam arrebentar as algemas da exploração e livrarem-se da opressão que os deixam refém da hipocrisia do dominador. Uma retrospectiva histórica da educação de jovens e adultos nas áreas rurais e na cidade nos remete à um quadro de exclusão e marginalização, que comprova uma realidade marcadamente desfavorável à população camponesa. As políticas que nortearam a educação de jovens e adultos no Brasil pouco se preocuparam com os homens e as mulheres que vivem no campo. Até hoje, o Brasil não teve um sistema de ensino adequado às especificidades do modo de vida da população rural. O que ocorre na maioria das vezes são campanhas, programas e projetos descontínuos, que não promovem ações efetivas para a área de educação de jovens e adultos. (MST).
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